segunda-feira, 8 de junho de 2015

SAÚDE – UM DIREITO DE TODOS? ATÉ QUE PONTO?



       SAÚDE – UM DIREITO DE TODOS? ATÉ QUE PONTO?








Queridos internautas!


Na minha última postagem no blog “hipatianet.blogspot.com” e facebook “Hipatia Vb” (e comunidades), coloquei sobre o absurdo de mais de 100 pessoas fazendo uso de medicamento controlado, sem que haja um psiquiatra para acompanhamento com visitas contínuas, desses pacientes, no nosso Sistema de Saúde local!

Agora, soube de outra insensatez deveras preocupante: um determinado detento do nosso  sistema prisional e que igualmente necessita de tais medicamentos, sem condições de compra-los, à este foi negado pela secretaria de saúde o fornecimento do mesmo!

Gente! Independente de qualquer tipo de pactuação, se o preso está na nossa localidade, ele tem o direito de ser atendido em suas necessidades mais prementes (e um medicamento controlado é uma dessas necessidades!), pelo simples fato dele, mesmo sendo um possível  marginal, antes disso ele já era um “ser humano”!

O que é isso que está acontecendo em nosso município???? Desumanidade, desprezo, irresponsabilidade (ou o que?...) por parte da gestão de saúde????

Sei que muita gente não gosta de ajudar detentos, alegando que nós é que os sustentamos, enquanto que eles furtam, roubam, matam estupram, blá, blá, blá... De certa forma, até concordo em parte com isso, pois são fatos! Mas, meus amigos, cabeça foi feita pra pensar!!! Se as nossas leis são falhas e obsoletas, os presos não podem pagar por isso também! Eles pagam, sim, pelos seus crimes, mas jamais devem pagar pela insensatez de legisladores, ou até mesmo de governantes e gestores que insistem em ignorar que “a saúde é um direito de todos e dever do estado” (começando pela municipalidade!).

Este é um dos pontos para refletirmos! Mas, existem outros, senhora e senhores, rapazes e senhoritas! Não sou mais que ninguém, mas falo de cátedra, já que uma de minhas especializações como psicóloga foi justamente em psicologia judiciária, além de ter mestrado em Saúde Mental!

Outrossim, meus inúmeros anos de trabalho junto à Corregedoria de Justiça Pública da Baixada Santista/SP, atuando junto a detentos de cadeias públicas, deram-me alicerces sólidos para lhes afirmar o que vou postar agora:- seja num presídio de segurança máxima, seja numa cadeia de pequeno porte como a nossa, jamais – E EU DISSE “JAMAIS” PODE FALTAR UM MEDICAMENTO CONTROLADO PARA UM DETENDO USUÁRIO DO MESMO, DEVIDAMENTE DIAGNOSTICADO PARA CONTRÔLE E/OU CONTENÇÃO DE DOENÇAS MENTAIS/NEUROLÓGICAS/SURTOS, ETC.

Vamos, pois, analisar juntos, colocando nossas cabeças para pensar! Se um paciente desse mata um outro detento por estar em surto, em virtude da falta do remédio; ou ainda, se ele é morto por outro(s) detento(s) por se mostrar uma ameaça (em surto)  entre os demais presos, quem será o responsável por essa morte, mesmo que indiretamente??? Tudo indica que será aquele que:
(a) sabia da necessidade e não providenciou o medicamento em tempo hábil; óbvio que nesse caso seria um funcionário da Polícia Judiciária que é o detentor guardião do preso.  
(b) aquele gestor de saúde, que foi comunicado mas que indeferiu o pedido, não atendendo a necessidade do encarcerado mantido em regime fechado, seja por quaisquer motivos apresentados (porém nenhum justificável dentro da gravidade do caso em questão)!
Bem, dentro desta análise, o item (b) representa melhor o ocorrido acima citado, já que o item (a) deve ser descartado, em virtude de que a polícia judiciária tentou adquirir os medicamentos, dentro das condições que lhes foram apresentadas; ou seja, recorreu ao sistema de saúde local!

Como procederá o Sr. Promotor de Justiça, assim como o MM. Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais, mediante esse caso e a outros que porventura vierem a ocorrer?...

Fora que uma situação como essa, pode vir a ser a causadora de um motim dentro da Cadeia Pública!

Afinal, será que nosso sistema de saúde está, realmente, servindo aos “20% de pobres e 5% abaixo da linha da miséria”, tal qual nosso secretário de saúde falou com todas as letras em seu manifesto na Rádio Comunitária de Alto Paraíso?

Pensem!... Reflitam!...



"...Eu me sinto
Produto descartável
Dispensado no depósito dos rejeitados
Esperando alguém pra chamar de pai
Esperando alguém pra chamar de mãe..."

~ Depósito dos Rejeitados ~ Eduardo Taddeo - M.S.
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“A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”. (Mahatma Gandhi)


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Faço minhas as palavras de Clarice Lispector: “Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre”.



PAZ EM TODOS OS QUADRANTES

HIPÁTIA III

(ATÉ A PRÓXIMA POSTAGEM!)