SAÚDE – UM DIREITO DE TODOS? ATÉ QUE PONTO?
Queridos internautas!
Na minha última postagem no blog “hipatianet.blogspot.com”
e facebook “Hipatia Vb” (e comunidades), coloquei sobre o absurdo de mais de
100 pessoas fazendo uso de medicamento controlado, sem que haja um psiquiatra
para acompanhamento com visitas contínuas, desses pacientes, no nosso Sistema
de Saúde local!
Agora, soube de outra insensatez deveras
preocupante: um determinado detento do nosso sistema prisional e que igualmente necessita
de tais medicamentos, sem condições de compra-los, à este foi negado pela secretaria
de saúde o fornecimento do mesmo!
Gente! Independente de qualquer
tipo de pactuação, se o preso está na nossa localidade, ele tem o direito de
ser atendido em suas necessidades mais prementes (e um medicamento controlado é
uma dessas necessidades!), pelo simples fato dele, mesmo sendo um possível marginal, antes disso ele já era um “ser
humano”!
O que é isso que está acontecendo
em nosso município???? Desumanidade, desprezo, irresponsabilidade (ou o
que?...) por parte da gestão de saúde????
Sei que muita gente não gosta de
ajudar detentos, alegando que nós é que os sustentamos, enquanto que eles
furtam, roubam, matam estupram, blá, blá, blá... De certa forma, até concordo
em parte com isso, pois são fatos! Mas, meus amigos, cabeça foi feita pra
pensar!!! Se as nossas leis são falhas e obsoletas, os presos não podem pagar
por isso também! Eles pagam, sim, pelos seus crimes, mas jamais devem pagar
pela insensatez de legisladores, ou até mesmo de governantes e gestores que
insistem em ignorar que “a saúde é um
direito de todos e dever do estado” (começando pela municipalidade!).
Este é um dos pontos para
refletirmos! Mas, existem outros, senhora e senhores, rapazes e senhoritas! Não sou mais que ninguém, mas falo de cátedra, já que uma de minhas especializações como psicóloga foi
justamente em psicologia judiciária, além de ter mestrado em Saúde Mental!
Outrossim, meus inúmeros anos de
trabalho junto à Corregedoria de Justiça Pública da Baixada Santista/SP, atuando
junto a detentos de cadeias públicas, deram-me alicerces sólidos para lhes afirmar
o que vou postar agora:- seja num presídio de segurança máxima, seja numa
cadeia de pequeno porte como a nossa, jamais – E EU DISSE “JAMAIS” PODE FALTAR UM MEDICAMENTO CONTROLADO PARA UM
DETENDO USUÁRIO DO MESMO, DEVIDAMENTE DIAGNOSTICADO PARA CONTRÔLE E/OU
CONTENÇÃO DE DOENÇAS MENTAIS/NEUROLÓGICAS/SURTOS, ETC.
Vamos, pois, analisar juntos,
colocando nossas cabeças para pensar! Se um paciente desse mata um outro
detento por estar em surto, em virtude da falta do remédio; ou ainda, se ele é
morto por outro(s) detento(s) por se mostrar uma ameaça (em surto) entre os demais presos, quem será o
responsável por essa morte, mesmo que indiretamente??? Tudo indica que será aquele
que:
(a) sabia da necessidade e não
providenciou o medicamento em tempo hábil; óbvio que nesse caso seria um funcionário
da Polícia Judiciária que é o detentor guardião do preso.
(b) aquele gestor de saúde, que
foi comunicado mas que indeferiu o pedido, não atendendo a necessidade do encarcerado
mantido em regime fechado, seja por quaisquer motivos apresentados (porém
nenhum justificável dentro da gravidade do caso em questão)!
Bem, dentro desta análise, o item
(b) representa melhor o ocorrido acima citado, já que o item (a) deve ser
descartado, em virtude de que a polícia judiciária tentou adquirir os
medicamentos, dentro das condições que lhes foram apresentadas; ou seja, recorreu ao sistema de saúde local!
Como procederá o Sr. Promotor de
Justiça, assim como o MM. Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais,
mediante esse caso e a outros que porventura vierem a ocorrer?...
Fora que uma situação como essa,
pode vir a ser a causadora de um motim dentro da Cadeia Pública!
Afinal, será que nosso sistema de
saúde está, realmente, servindo aos “20% de pobres e 5% abaixo da linha da
miséria”, tal qual nosso secretário de saúde falou com todas as letras em seu
manifesto na Rádio Comunitária de Alto Paraíso?
Pensem!... Reflitam!...
"...Eu me sinto
Produto descartável
Dispensado no depósito dos
rejeitados
Esperando alguém pra chamar de
pai
Esperando alguém pra chamar de
mãe..."
~ Depósito dos Rejeitados ~
Eduardo Taddeo - M.S.
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“A prisão não são as grades, e a
liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma
questão de consciência”. (Mahatma Gandhi)
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Faço minhas as palavras de Clarice Lispector: “Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque
vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser
igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei
viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com
certeza não serei a mesma pra sempre”.
PAZ EM TODOS OS QUADRANTES
HIPÁTIA III
(ATÉ A PRÓXIMA POSTAGEM!)